Seminário de Fé e Política Sul Fluiminense
Por Maria Ines Pandelô
Mais de oitenta pessoas da Região Sul Fluminense se reuniram no dia 16 de setembro, durante todo o dia, no salão da Matriz de São Sebastião em Barra Mansa no Sul do Estado do Rio de Janeiro, para refletir o tema: “Os Desafios na Conjuntura na Perspectiva do Bem-Viver”. Na equipe de organização contamos com militantes das principais cidades e com Terezinha Toledo (membro da coordenação nacional do movimento).
Após a mística inicial, já na abertura do encontro, os participantes, oriundos de diversos movimentos sociais e pastorais da igreja católica, alguns de igreja evangélica, das cidades de Barra Mansa, Volta Redonda, Barra do Piraí, Pinheiral, Rio Claro, Angra dos Reis e os padres Gildo, Mila e Ozanan, demonstraram sua expectativa na busca de luz e pistas para enfrentar a conjuntura difícil atual.
O encontro contou com a assessoria do mestre em ciências sociais, professor de psicodrama e um dos coordenadores do Movimento Nacional de Fé e Política, Daniel Seidel, que iniciou sua fala lembrando da queda do muro de Berlim e da busca de novos marcos. Alertou sobre a importância da Teologia da Libertação para a América Latina: “Não podemos ficar buscando inspiração só na Europa, temos nossa própria cultura, nossas raízes. A utopia do Bem-Viver, que não é individual, é a expressão dos povos andinos, de militantes de movimentos sociais e povos que sonham que outro mundo é possível, a terra sem males”. Com relação à análise de conjuntura Daniel partiu de três palavras geradoras – crise, golpe e criminalização, que são originárias de um contexto capitalista mundial, “uma economia que mata”. Citando o documento “Laudato Si”, Daniel manteve a atenção de todos e todas ligando a palavra do Papa Francisco ao Bem-Viver e a conjuntura atual, que mutila a democracia com a retirada de direitos, a criminalização da política e a partidarização do sistema de justiça: “dez grupos empresariais financiaram a campanha de 70% dos deputados do Congresso Nacional atual”.
Divididos em grupos, após o almoço, as discussões foram em torno da pergunta: “Diante das Exigências da Conjuntura, que Novas Ações e Práticas Devemos Organizar na Perspectivas do Bem Viver?” Em plenário as apresentações dos grupos mostraram uma reflexão muito fértil e apontou caminhos para mudanças de hábitos individuais, motivação de jovens, abertura de espaços de comunicação, criação de uma escola regional de Fé e Política, entre outras.
Nosso encontro contou também com a presença de Márcia Meirelles, do Candomblé, que falou da sua religião e de como no Rio de Janeiro os traficantes ligados a igrejas evangélicas falsas estão ameaçado os sacerdotes e sacerdotisas e obrigando-os a destruírem os seus terreiros e quebrarem seus objetos sagrados de devoção. O seminário, por aclamação, aprovou uma moção de solidariedade ás religiões de matriz africanas, que foi publicado na rede social.
A expectativa do seminário foi cumprida, pois ao final, na avaliação organizada por Daniel e na animação dos participantes ficou claro que o seminário fortaleceu a esperança, gerou ânimo e disposição de continuar a luta
Após a mística final e a benção dirigida pelo , o seminário finalizou com novas expectativas. A equipe de organização do Seminário se reunirá para avaliar o encontro, reler as propostas e verificar os encaminhamentos.